Hoje faz quase um mês que não olho pra você. Exatos 27 dias e longas horas sem você aqui comigo. E eu ainda estou "sem ar, esperando você voltar", como diz a canção. Aquela canção que sempre amamos mesmo antes de brotar o amor, nosso amor.
De todos estes dias, hoje foi o que mais me marcou. Eu não sei te explicar. Alimentei coisas demais aqui em mim e a fonte veio sempre de um amor tão lindo. Aí teve um ponto, uma divisão no caminho. E muitas coisas ao redor tiveram que me influenciar pra seguir, pra caminhar, pra continuar. Até você me disse isso. E eu acreditei tanto que fiz o possível pro meu coração entender também.
Mas 27 dias depois e eu continuo aqui, sem saber como sorrir de novo... então, tomei a decisão de chorar, me aquietar, me permitir entristecer, me esconder do medo de sofrer e até escrever! Ok, se você pesquisar por aí, vai encontrar meus textos sobre nós, mas hoje eu guardei especialmente esse aqui.
Já busquei conselhos, ombros e consolos dos que estão ao meu e ao seu redor. E os tive de uma maneira tão delicada e cuidadosa. Fechei meus olhos, lágrimas brotando sem eu conseguir segurar, e quis guardar o que tivemos pra andar o próximo passo mesmo que só. Também já olhei pro céu (e continuo olhando neste momento) e lá me trouxe a melhor paz, de me permitir te amar ainda mais e te desejar o melhor. Pois o que seria da vida sem amor e sem querer o bem pra quem se ama?
E também já cometi o impulso de te procurar com esse coração frágil aqui. Me desculpe. Eu não consegui cumprir minha promessa de te deixar seguir e livre. Me desculpe. Eu não consegui cumprir aquilo que te disse quando reagi segura de que seguiria bem sem você. Me desculpe mesmo. Me desculpe por pedir desculpas. Eu estava mentindo pra mim mesma.
Mas aí eu parei com isso. Deste ledo engano que só me fazia distante da verdade.
Cara, como dói esconder, como dói não admitir e como é dolorido não aceitar. Por isso, eu me desmascarei pra mim mesma. E na transparência de um espelho, enxergo uma vida que tive ao seu lado, visualizo todos os sonhos sonhados juntos e me volto pro banco desta praça onde escrevo.
Existem algumas pessoas conversando aqui perto, não faço ideia do que falam, se estão falando minha língua. Saíram uns e chegaram outros. Mas eu só observei agora. Porque agora não escrevo na língua culta e nem enxergo com olhos naturais, escrevo na linguagem do amor, atraio a visão dos pensamentos que ainda vagam e me fechei pra ouvir algo diferentemente disso.
E por falar em diferente, aquele termo que ouvimos bastante, quer saber?, no final, nós somos iguais. Iguais no viver sem saber o amanhã, iguais no respirar, iguais no simples caminhar e observar a vida de hoje e iguais no experimentar. A diferença era compartilhar e construir a soma. Como multiplicou isso aqui dentro!
Pra fórmula de Bhaskara nenhuma botar defeito, encontrei meu x ao quadrado no seu olhar. E esse olhar eu vejo até agora. Sabe quando a gente se olhava depois de um longo abraço? Esse mesmo. E vinha seguido de um longo beijo? Esse mesmo. Uma equação linda que até a de humanas aqui se encantava! Obrigada por me permitir me lembrar de tudo isso!
Pensando bem, 27 dias não se comparam a todos os 175 com você.
Amanhã eu posso voltar a escrever de novo, enquanto nós dois seguimos nossas próprias vidas. Só quis registrar o hoje. Pronto, congelei esse sorriso que brotou aqui.
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