quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Verdades que não me disseram (mas eu escrevi) sobre viajar sozinha para Londres

A primeira delas: que morar por quase 1 mês na capital inglesa seria, definitivamente, uma das melhores experiências da minha vida. Óbvio que isso não quer dizer que foi tudo tipo "viver no castelo da Disney", mas, com certeza, de um grande salto de aprendizado real/oficial. Tal como diz o título, quero compartilhar aqui algumas coisas que aprendi (e vivenciei na prática) durante minha viagem de intercâmbio para Londres (galera que ficou muito mais tempo, super aceito sugestões para acrescentar aqui, ok?).

 

Pra situar todo mundo: isso aconteceu em junho/julho de 2016. Eu tinha 24 anos e não me lembro de ter viajado sozinha alguma vez; sequer para a praia. Imagina para outro continente?! E começou meio assim, tomando 'dramin' no avião e sendo acordada algumas vezes pela aeromoça para comer as refeições (chicken or pasta?) e agradecendo-a toda vez por isso. Bom, tirando essa parte (que já adianto que sobrevivi numa boa - porque a Air Europa é legalzinha rs), foram quase 30 dias em que aconteceram muitas coisas. O tempo pode ter sido pouco, contudo, talvez com muito mais histórias (inesperadas) do que tinha vivido até ali. 

 

Além disso, a ideia do post surgiu porque, coincidentemente, nos últimos dias, duas amigas me perguntaram sobre isso. E foi muito bom lembrar ao contar para elas - motivo pelo qual decidi publicar logo aqui. E, também, pra simplificar esse montão de falácias, resolvi escrever o texto em formato de listinha. Eu sei que você também ama uma lista, vai. Então, vem junto ;)

 

1- Os londrinos recebem a gente bem sim: nada de serem super rígidos e secos. Conheci vários desde o primeiro momento em Londres (os funcionários do London Tube - metrô londrino evoluidíssimo) e também aquele monte de gente estrangeira que mora lá (tipo a mistura que temos em São Paulo) e não tive problemas com ninguém. Pelo contrário, fiz algumas amizades (from all over the world) e recebi muita ajuda pra indicações de caminhos dos londoners.

 

2- O metrô e o trem londrinos são evoluidíssimos: estou repetindo porque sim, é uma evolução que precisamos aprender. O mapa gigantesco pode assustar um pouco e os diferentes destinos do trem passarem no mesmo lado do trilho (atenção com isso) também podem espantar também, mas tudo isso se resolve em alguns dias de vivência por lá. E pedindo informação também. Você pode ter a sorte (como eu) de, inclusive, encontrar cachorrinhos circulando dentro do vagão. (Saudades, estação Seven Sisters!)

 

3- Morar em república (para quem tem síndrome de limpeza) é uma loucura: pessoas, me desculpem a sinceridade, mas limpeza é fundamental. E vou ser mais sincerona aqui: fiz uma mega higienização em tudo que estariam minhas coisas. A galera que morou na casa comigo vinha de vários lugares do mundo (Portugal, Bulgária, Inglaterra mesmo...) e, digamos, que cada um cuida de suas próprias coisas. Simples assim. Então, meu toque falou mais alto e foi álcool e pano pra tudo quanto é lado mesmo. Risos.

 

4- Londres tem mercadinhos próximos com centenas de coisas por menos de 1 libra: essa foi uma das surpresas boas de gastar minha grana por lá. Tudo bem que 1 libra custava quase 5 reais (esqueça essa conta enquanto estiver por lá!), mas, convenhamos que comprar um engradado de água ou vários salgadinhos ou 1 frasco delicioso de desinfetante, por menos de 1 libra cada, é sensacional! Foi assim meus passeios felizes ao mercado. E, os acasos de falar em inglês e a pessoa (brasileira) descobrir claramente minhas origens...

 

5- Passeio de ônibus com dois andares é muito legal, desde que você saiba para onde está indo: a verdade é que fiquei fascinada com os áudios gravados dizendo o nome de cada uma das paradas do ônibus (isso existe lá), além da vista incrível, mas, particularmente, prefiro ajuda do cobrador pra me indicar o local de parada. Opinião pessoal, eu preferi andar de metrô muitas vezes. Porém, nos ônibus encontrava alguns londrinos que me davam uma noção de melhor local de descida. E deu tudo certo.

 

6- Talvez você não seja um fissurado por história da arte, mas você irá se tornar um ao viver alguns dias em Londres: aceite esta verdade, cara. A possibilidade de visitar galerias, museus e bibliotecas incríveis é tanta que isso te encanta de um jeito. Eu assumo que sou essa pessoa louca por história da arte e tinha uma listinha de locais prévios para visitar, mas enlouqueci quando descobri que são todos de graça e próximos de estações de metrô. Não tem desculpa. Visite todas. E se deslumbre :)

 

7- Novamente, visite o maior número possível de galerias, museus e bibliotecas de lá porque são imperdíveis. Obrigada. De nada.

 

8- O Big Ben é lindo, mas admirá-lo da London Eye (roda gigante - cartão postal) é melhor ainda: tenha paciência para a fila porque esse local é o grande tour de Londres. O tempo de espera pode ser bem considerável, mas a compensação vem. E, se for para indicar o melhor horário, assista ao pôr do Sol. Tive a oportunidade de subir exatamente nessa hora por coincidência (após um longo dia de passeio em Wimbledon) e foi o melhor presente que recebi!

 

9- Tenha em mente que visitar Wimbledon é espetacular, mas considere uma fila de horas. O ingresso para apenas caminhar por lá não é caro, mas a espera foi longa. Porém, tive tempo de sobra para deitar, sentar, conversar com os britânicos e com os visitantes sobre tanta coisa, inclusive a grande oportunidade de estar ali. Esse foi o dia mais quente que estive lá, como máxima de 25º (mesmo em pleno verão - época do torneio) e os entornos de gramados em toda parte são bem relaxantes. Além disso, após um tempinho na fila, dá pra assistir os jogos pelos telões que eles disponibilizam por lá. Então fica até ok.

 

10- Viajar sozinha me fez conhecer tantas pessoas como nunca antes em alguma viagem (e a partir dali, essa seria uma das opções que eu amaria tanto). Tópico auto explicativo porque acho que ficaria um bom tempo dizendo os motivos aqui. Mas acho que traz o verdadeiro significado de amor próprio (na prática!). E agora entendo as mochileiras e corajosas que tanto lia nos grupos do Facebook. Vocês têm toda razão!

 

11- Estudar inglês em uma escola britânica por algumas semanas não é pouco: mesmo que não tenha nenhum brasileiro pra te dar uma mão, a sobrevivência é tranquilíssima por lá e eu aprendi muito, pode apostar. Inclusive, o aprendizado é tão envolvente em todo o tempo que estive lá que a escola é só mais um adendo. E sim, o sotaque deles e pronúncia são os melhores :D

 

12- Notting Hill e Portobelo Market são os melhores lugares de Londres (opinião pessoal, de novo), mas você pode ser surpreendido com Candem Town (local onde morou Amy Winehouse) e o passeio de barco no Rio Tâmisa. E mais: as melhores lembrancinhas de Londres são as plaquinhas. Tenho várias até hoje (além de presentear umas pessoas também com elas) e todas tem um espacinho especial de decoração, para mim.


13- O passeio até o marco zero de Greenwich é bom, mas cansa: vamos ser sinceros, né. Por ser um local mais afastado, precisei andar de metrô e depois um ônibus até lá. O parque é imenso e a subidinha para encontrar a vista linda é cansativa, mas viagem é assim mesmo, né. Tênis e roupa confortável, só para não esquecer. E uma dose de paciência para esperar sua hora para a foto. Assim, fica tudo bem ;)


14- Eu nunca gostei tanto de uma fila e de andar na multidão como gostei de esperar e admirar a troca da guarda britânica: amantes de The Crown (que nem existia na época que fui) vão me entender. Já falei de filas algumas vezes só neste post (porque assim como a maioria das cidades metropolitanas, Londres é bem isso), só que essa você talvez não reclame. Sincronia, perfeição, organização, respeito e tradição são algumas das palavras que explicam ao assistir este espetáculo que acontece todos os dias, ao vivo e a cores. Tem que ir pelo menos uma vez na vida!


15- O melhor de Londres são os parques e a possibilidade de se desconectar de muita coisa! Deixei por último, para falar dos meus melhores encontros comigo mesma nesta viagem. Sério, se você tiver a oportunidade de estar em Londres, pare um pouquinho sua correria em um parque de lá. Pode ser o Green Park (foto) ou o Hide Park ou qualquer outro. Mas que seja para refletir, para observar, para desacelerar e, principalmente, para agradecer. Mesmo que sozinha(o). Mesmo que distante de tanta coisa.

Talvez essa tenha sido a grande magia da cidade britânica: a oportunidade de aproveitar (e amar!) minha própria companhia em um dos maiores cartões postais do mundo.

So, I really apreciated that in my trip in London <3
Thank you so much! See you soon!

Eu no Green Park (foto tirada pela minha amiga brasileira que conheci lá): me disseram que essa poderia ser a foto de capa do meu livro e eu nunca mais esqueci disso <3


quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Assim que possível, marque um encontro consigo mesma(o) em Machu Picchu

Claro, você pode combinar um encontro com você mesma(o) quando quiser e em qualquer lugar. Inclusive tomando um chá e lendo um livro em seu próprio quarto. Mas, cara, Machu Picchu tem uma coisa única com a gente. Algo de conexão e espiritualidade ímpares, sabe? Esta é a história de hoje.


Eu demorei para escrever este texto. E quando sentei pra escrever, foi feito em partes. Talvez para digerir melhor a experiência que vivi. Talvez para tentar revivê-la de uma maneira mais intensa por aqui. Ou talvez porque até hoje eu não tenha entendido muito bem o que houve naquele lugar - mesmo tendo passado mais de um ano após a viagem.

Estou falando do Peru e dos dias que estive por lá com uma grande amiga (aquele tipo de amiga que você quer viajar PRA TODO LUGAR juntas e que sabe que vai levar pra VIDA INTEIRA). E falo também de uma das sete maravilhas do mundo que é o Machu Picchu. Lugar considerado como "a cidade perdida dos Incas".

Engraçado isso. Porque o nome dá a entender que eles possam ter se "perdido" ou que estavam se perdendo de algo. Ou não. Vai saber. Mas a convicção que tenho é que realmente eu ME ENCONTREI. Comigo mesma. Um encontro particular e necessário (pra não dizer, urgente!). Mesmo cercada de muita gente. E mesmo sendo bem distante de tudo. O desconhecido que me levou para o lugar mais conhecido que eu poderia estar: que foi dentro de mim mesma.

Só para te situar, caro leitor e leitora, mas, no Peru, especialmente em Cusco, onde estivemos, muitos dos locais e construções que compõem a cidade são bem simples. O que não deixam de serem espetaculares, é claro. E muito menos, cheios de vida. Aliás, um clima de vida bem festejada por lá é, assim, de forma até palpável. Sorte a nossa termos ido (coincidentemente) na época de Fiestas del Sol. Povo cusqueño ama uma festa, sabe. E nós descobrimos isso da melhor maneira!

Outra descoberta é que o que não falta por lá são passeios. T-u-r-i-s-m-o com todas as letras. Não tão baratos, importante lembrar. Mas, com certeza, lugares nada parecidos com nenhum outro que já pudemos estar. Essas peculiaridades que encantam a cada 360º que você gira pelos arredores. Que a GoPro tentava captar bem, mas só sentindo mesmo para compreender melhor.

SÃO ELES, PARA NÃO PERDER. Plaza das Armas. Filhotes de lhamas e lhamas jovenzinhas pelas ruas. Igrejas. Mais praças. Mais lhaminhas. Centros Artesanais. Feirinhas. Fiesta del Sol. Danças festivas e culturais. Museus. Tecelagens. Arqueologias sem iguais. Construções Incas a perder de vista. Lhamas de novo (para nossa alegria!). Longas caminhadas. Céu de brigadeiro no dias de junho (e uma friaca nunca antes sentida, devo acrescentar). Mais lugares históricos (vale super comprar um cupom com um valor fechado para visitar as principais galerias e museus). Cuidadosas agriculturas e plantações locais. Paisagens mil. Vale Sagrado. Viagem de Trem. E o dia do Machu Picchu.

[Pausa para respiração] Lembro que na noite anterior, dormi de uma maneira surpreendente. Não ansiosa - o que seria bem habitual, para mim, em qualquer véspera. Eu teria que acordar às 3h30, sair às 4h. Mas o sono veio bem antes do que eu imaginava. Neste dia, eu estava sozinha. Minha amiga foi fazer uma trilha de 4 dias. E, no momento, eu sabia que precisava estar ali. Mesmo sem saber que precisava tanto.

Eu acordei antes do horário. Tomei café da manhã (quem diria que me daria fome). Uma mulher do hotelzinho me recomendou levar frutas na mochila e, grata, eu aceitei. Eu também tinha água e bolachas que tinha comprado numa vendinha próxima na noite anterior. Eu estava hiper agasalhada. Com uma botinha de trilha emprestada de uma outra amiga. E fui caminhando ainda no dia que nem tinha amanhecido.

Começou a clarear e eu estava com muitas pessoas por perto. Na fila, na van para subir à entrada do parque arqueológico, nas caminhadinhas. Já tinha ingresso e também já tinha um grupo com guia para procurar. E com gringos de locais espalhados por aí. Tinha também uma colega brasileira que adorei conhecer. Depois, no caminho, conheci ainda mais gente legal. E o Sol foi aparecer no céu azul-limpinho bem na hora que estávamos no chamado "Templo do Sol". A guia peruana que falava inglês ajudou nisso, eu sei. Mas tenho certeza que a ajudinha do céu foi bem mais gratificante.

Muita história, muita natureza, muitas construções de pedras cuidadosamente colocadas ali. E, sem saber direito como seria, eu tinha um ingresso a mais para subir em outra montanha. A montanha de "Machu Picchu". Ou "Velha Montanha". O que eu não fazia ideia é que ela teria 3,061.28 m de altitude e que eu demoraria mais de 4 horas para subir e descer. Lembra do NADA PARECIDO?! Pois bem.

A cada passada, uma nova surpresa. Muitos goles de água (que acabaram todos, por sinal). Todas as frutas e bolachinhas. Penhascos que eu tinha pavor só de olhar (meu agradecimento especial à minha nova colega brasileira que me ajudava tanto). Paisagens lindas. Poucas fotos tiradas para focar apenas no equilíbrio. E muitas respirações, indagações, aprofundamentos internos e reflexões em todo momento. Passado. Presente. E futuro. Tudo misturado.

Aí você chega. Você olha para aquela imensidão do alto. Mais giros de 360º. Fotos para registros, por favor. E uma lavagem espiritual e interna que te traz uma renovação inédita. Afinal, eu demorei muito, mas subi. Eu demorei ainda mais, mas desci. Chorei, dei gargalhadas, fiz novas amizades, esqueci passados traumáticos... E descobri que poderia ter uma montanha gigantesca milenar para ser desbravada, mas que, depois disso, ainda teria um horizonte mais imenso e belo para desfrutar, com uma sensação de prazer e realização extraordinários!

Talvez essa seja a lição que eu precisava pra vida.

GRACIAS MULTÍSSIMAS, Machu Picchu!

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Imagina (uma viagem tão especial) na Copa...da Rússia!

Viagem que é viagem merece ser compartilhada. Ainda mais uma experiência (única) na Copa do Mundo na Rússia - que além de juntar o mundo inteiro na Praça Vermelha, fez questão de recepcionar a todos com surpreendente simpatia e muitos abraços. Sim, senti quase como um Brasil todo em outro continente. Vem cá conhecer um pouquinho do que vivenciei por lá!


Spoiler: este é o primeiro post de uma sequência de textos sobre algumas de minhas viagens especiais que farei aqui no blog para vocês e ainda não tive a oportunidade de contar. Começando por Moscou (Rússia), seguindo pelo Machu Picchu (Peru) e depois, Londres (Reino Unido). Espero que gostem...e que possam abrir asas comigo! :)

UM ANO DE PLANEJAMENTO. E mesmo tempo de antecedência para compra das passagens de avião (amigos, isso realmente muda o jogo! - desculpem o trocadilho rs). Faço questão de ressaltar isso quando conto das minhas viagens, pois foi o que aprendi com meus pais viajantes (e também com meus amigos que são mochileiros assumidos). Não tem essa de esbanjar dinheiro ou coisa e tal. Aliás, ao meu ver, viajar nunca teve este propósito. Penso que o investimento (somado ao consciente planejamento, tipo pé no chão mesmo, e real conhecimento sobre tudo o que for necessário para o tempo da viagem) é o que nos motiva a entender que isso vale (bem) mais do que muita coisa na vida. Cultura, experiência e vivência - esse pacote é o que fecho quando decido se ir ou não para algum lugar. Na Rússia, fechamos sem questionar!

PREPARAÇÃO E (RE)CONHECIMENTO DO LUGAR. Outras coisinhas importantes - que pra mim estão entre as melhores partes- que antecedem a viagem. Um mergulho real/oficial em tudo que nos espera no país ou cidade que pretendemos visitar (pontos turísticos, dicas, mapa do metrô, Google Maps para se referenciar em distâncias etc.). E eu amo profundamente a internet por isso. Pesquisas em blogs; sites de cultura do país e tudo o que mais tiver. O que, no caso da Copa, se agregou ao site da Fifa (para ingressos dos jogos e o famoso Fan ID - espécie de visto para entrar na Rússia nos dias de Copa do Mundo. Particularmente, achei uma ideia genial).

Feito isso (claro, durante alguns meses), hora de ESCREVER UM ROTEIRO. Pelo menos, para ter uma noção bastante clara de tudo que gostaríamos de conhecer no tempo estabelecido que temos durante a viagem. O legal é que a sequência pode ser alterada nos dias por lá, mas o importante mesmo é anotar os pontos turísticos e atrações desejadas, principalmente, porque aí sim, será possível encaixá-los nos dias que se seguem. Sendo assim, finalmente, conto agora dos lugares que tivemos a oportunidade de conhecer (todos que recomendo muito!):

 1º dia: VISITA À PRAÇA VERMELHA (CATEDRAL DE SÃO BASÍLIO, ARREDORES DO KREMLIN E DO SHOPPING GUM).

Sem dúvidas, entendemos o porquê destes nomes serem tão conhecidos por suas belezas indescritíveis e tanta história para contar.

Mesmo com o fuso horário ainda se ajustando devido à viagem (em Moscou, são 6 horas à frente em relação ao horário de Brasília - então pensa na confusão), pegamos o metrô loucamente subterrâneo de Moscou. (Gente, só para vocês terem uma ideia de quão profundo: as escadas rolantes são gigantescas e bem íngremes. Fizemos um vídeo lá que durou quase 3 minutos para provarmos o tamanho).

Mas, de posse de um mapa do metrô em inglês (e atenção para os números e cores das linhas), é possível caminhar por lá "quase" numa boa. A estação para chegar na Praça Vermelha se chama (em inglês - atenção para isso, pois alfabeto cirílico é impossível): Okhotny Riad (linha vermelha, claro).

Estando lá, encontre a saída que queira começar o encantamento dos passeios e se prepare bem para algumas (muitas) caminhadas. Tênis é essencial! Mas, vale beeem a pena ;)

Obs.: O preço da passagem de metrô é de 55 rublos (cerca de 3 reais), mas nos dias de copa era de graça!
Eu na Praça Vermelha, em um momento de contemplação nos arredores da Catedral de São Basílio, famoso cartão postal de Moscou.
Os turistas se misturavam à muita empolgação de torcedores. Afinal, neste momento, faltavam poucas horas para a abertura da Copa do Mundo (que, inclusive, assistimos num bar russo que amamos e foi incrível ver o placar de 5 a 0 a favor dos anfitriões - eles enlouqueceram haha). Então, foi bem divertido apreciar estes lugares belíssimos ao som de vuvuzelas e torcidas (literalmente, do mundo inteiro!) animadíssimas.

Praça Vermelha no dia da abertura da Copa de 2018

Zabivaka, mascote da Copa, e eu :)

2º dia: VISITA AO INTERIOR DO KREMLIN, JARDIM DE ALEXANDRE, PASSEIO DE ÔNIBUS TURÍSTICO, COMPRAS NA RUA ARBAT E FIM DE TARDE NO TEATRO BOLSHOI.

Uma das melhores surpresas da viagem: o gigantesco e poderoso Kremlin. Até então, só tínhamos visto de fora - aquela muralha enorme que pode ser vista de longe em muitos lugares da cidade. E, quando entramos, a imensidão das construções das catedrais, monumentos, memoriais, museus, exposições arrebatadoras e o palácio do Senado. O mapa (de novo, em inglês) ajuda muito. E, o bom mesmo é apreciar com atenção cada detalhe artístico e belezas sem igual.

Importante: dá para comprar o ingresso para a entrada no Kremlin antecipadamente pelo site oficial do Kremlin. Foi a melhor coisa que fizemos, pois economizamos horas de uma grande fila lá fora. O valor é de 500 rublos, equivalente a R$28,50. Investimento!!!

No interior do Kremlin - me senti como no filme Missão Impossível 4
Minha pequenez perto das catedrais bizantinas maravilhosas do Kremlin

Em seguida, fizemos o passeio clichê (mas mega necessário) de turismo no ônibus vermelho de dois andares - que inclusive, aquele era um ônibus em homenagem ao turismo no Brasil. E eu adorei isso!
Compramos o ingresso também pela internet (o que compensou bem mais) e encontramos uma boa oferta no site da Decolar, que vale para dois dias. Mas, também é possível comprar no local.

Depois, descemos numa parada para conhecer a famosa Rua Arbat (foi lá que compramos as lembrancinhas da viagem - matrioskas queridíssimas e também nesta rua que tomamos uma boa bebida no Hard Rock Café de Moscou).

Por fim, encerramos a tarde (no ponto final do ônibus que passa de 20 em 20 minutos o dia inteiro) em frente ao Teatro Bolshoi. Uma das sensações mais emocionantes para mim. Foi um momento de apreciar e sentir a arte, a música, o balé (e a moda nas vestimentas), no local onde foram inaugurados clássicos de Tchaikovsky como Quebra Nozes e Lago dos Cisnes. Um privilégio!

3º dia: PARADA EM UMA ESTAÇÃO HISTÓRICA DO METRÔ DE MOSCOU E DIA DE COPA DO MUNDO: JOGO DA ARGENTINA X ISLÂNDIA, NO SPARTAK STADIUM.

Nesta manhã, antes de seguirmos para a Praça Vermelha para almoçar, descemos numa das estações famosas por serem históricas e que são quase que uma verdadeira galeria de arte. Confesso que não me recordo em qual exatamente estivemos (os nomes são indecifráveis), mas deixo os nomes abaixo que encontrei num blog de viagens. Qualquer uma delas é incrível:
- Estação Praça da Revolução (Ploschad Revolyutsii);
- Estação Novoslobodskaya;
- Estação Komsomolyskaya;
- Estação Mayakovskaya.

Este sábado também foi especial por conhecer o Spartak Stadium de Moscou, um estádio espetacular e muito organizado. Foi bem fácil chegar lá, pela estação de metrô com mesmo nome e excelentes sinalizações em toda parte. E os amáveis voluntários russos (que falavam inglês :D) que davam todo o suporte aos turistas.

Além disso, a emoção e sensações inéditas (pra mim) de um jogo de Copa do Mundo é uma experiência que você não esquece tão cedo. Inclusive, as músicas argentinas, como foi nosso caso. Risos!
Obs.: Ingressos também comprados com muita antecedência (antes mesmo de serem sorteados os grupos) pelo site da Fifa, preço padrão em dólar.
Eu (flamenguista em qualquer lugar do mundo) em frente ao Spartak Stadium de Moscou


4º dia: VISITA AO MUSEU HISTÓRICO E MAIS COPA DO MUNDO: JOGO DA ALEMANHA X MÉXICO, NO LUZHNIKI STADIUM +  JOGO DO BRASIL NA FIFA FAN FEST DE MOSCOU.

Já na Praça Vermelha, comprei por 250 rublos um ingresso para visitar o Museu Histórico e foi emocionante imergir na cultura e raiz deste povo - guerras, alianças, batalhas, temperaturas gélidas, mulheres que começaram a trabalhar. Cara, que sensacional!

A segunda parte do dia foi para um dia de puramente copa: jogo da Alemanha x México no fantástico estádio do Luzhniki (palco da abertura e da final) e corrida para assistir logo em seguida a estreia do Brasil na Fifa Fan Fest - com telão maravilhoso e estrutura ímpar!
De novo, as sinalizações nas estações de metrô e apoio dos voluntários foram essenciais :)

Além disso, fiquei muito feliz em sentir os abraços e pedidos de fotos dos russos por estarmos vestidos com a camisa do Brasil. Uma fofura e carinho só!

Eu no interior do estádio do Luzhniki - VAI BRASIL!

5º dia: VISITA AO PARQUE GORKY E PASSEIO DE BARCO NO RIO MOSCOU.

Tarde mais relax: conhecemos o vasto Parque Gorky (imagino que o Parque Ibirapuera deles) e pulmão de Moscou. Cada espaço cuidadosamente feito para curtir o melhor da natureza e esportes - tem até aluguéis de bikes, patinetes, patins etc, e muitas quadras públicas.
De metrô, descemos na estação Park Kultury.

Por último, bem ali ao lado mesmo passeamos com um luxuoso barco (mas não caro, obrigada!) no Rio Moscou por duas horas e meia. Paisagens, vistas e atendimento excelentes. Inclusive, em Moscou City (onde estão os prédios e construções contemporâneas da cidade).
Outro ingresso que compramos pela internet com antecipação, no site do Radisson.
Vale super!

Parque Gorky - as águas atrás são dançantes e musicais, mas não apareceram na foto.


6º dia, voltando pra casa: SÓ UMA DICA LEGAL (E FINAL) - O AEROEXPRESS PARA O AEROPORTO DEMODEDOVO.

Para fechar: a experiência foi ainda melhor quando, no dia de voltarmos para casa, descemos na estação Paveletskaya (linha 2 verde) e pegamos o Aeroexpress (por 500 rublos) para seguir para o aeroporto Demodedovo.
O conforto e as paisagens te lembram que você está na Europa e os 45 minutos de viagem (com Wi-Fi) passam rapidinho. Compensa muito!

Estação do Aeroporto de Demodedovo - após sair do Aeroexpress


Não dá vontade de voltar tipo agora?!
Eu, realmente, bem que queria. Inclusive para conhecer muitos outros lugares deslumbrantes do país que ficaram. Mas, o que me empolga é saber que os planos não param e a expectativa da próxima Copa (em Qatar) já começou! E aí, quem vamos???

quinta-feira, 7 de junho de 2018

O que vai agora é sim um verdadeiro texto de empoderamento!

Talvez tenha gente que torça o nariz ao ler essa palavra. Talvez tenha gente que se empolgue. A palavra "empoderar" tem destas coisas mesmo. De fazer barulho e de incomodar. Então, lá vamos nós falarmos dela mais um pouquinho. Vem comigo!

Antes de qualquer coisa, devo ressaltar que este texto foi feito hoje e terminado quase agora. Contudo, é uma continuação do post anterior (se você não leu, ainda dá tempo, clica aqui). Relato este que eu sabia comigo mesma que teria continuação. Não com datas previstas nem palavras programadas. Mas que, assim como novas páginas para serem escritas, teria sim novos conteúdos para serem compartilhados - numa vida que não ia estacionar jamais!

Foto: Reprodução Instagram @1quartodecafe
Além disso, falar sobre todo este assunto importante e delicado (infelizmente, cada vez mais comum - resultado de muitas pesquisas e relatos que ouvi e li, de conhecidos e não conhecidos) é testemunhar, sentir e viver histórias REAIS. Como pessoas reais que somos e que, como qualquer ser humano, estamos susceptíveis a muitas coisas. Pessoas que sentem dor, que sentem alegria, que têm dificuldades e também superações. Que não precisam estar bem todos os dias. Mas que acordam buscando por dias e oportunidades melhores.

Bem assim, na verdade. Na realidade. Na vida sincera. Exatamente ao contrário do que um relacionamento abusivo proporciona. Aquele mundo encantado que se transforma em devastador em poucos segundos, é tudo, menos legítimo e aceitável. E chegando aqui, ao ponto de entender que era tudo uma mentira, é incrivelmente libertador. Motivo, inclusive, de celebração por cada passo conquistado.

Isso vale pra mim. Isso vale pra você que talvez tenha se identificado com algum daqueles "sintomas" doentios e que machucaram durante certo tempo. No entanto, tempo que também fez com que conseguisse abrir os olhos para a verdade. Palavrinha que é bem conhecida, mas que ó, só pode existir quando há totalmente ausência de mentira.

Por falar nisso, minha reflexão durante alguns dias após tudo isso foi muito nesse sentido: se muita coisa era mentira (e obviamente era!), cada palavra que a mim foi dita que teve a intenção de ferir, de diminuir, de minimizar, de esconder, de dar uma grande baixa na auto-estima, de apagar alguns sonhos e desestruturar em muitos aspectos, lá vai a novidade: eram também incansáveis mentiras!

Tá vendo o porquê do empoderamento ser tão incomodativo? Ele transforma sua forma de enxergar você mesma (o). Ele te dá aquela voz interior estimulante e incentiva a expandir quem você é. Na sua verdade. Na sua personalidade. Nos seus defeitos e qualidades. Na sua essência. E a melhor parte: te faz mostrar pra quem quiser ver e ouvir (o que vale muito pro nosso espelho todos os dias) que você pode sim. O que você mais pode é poder, minha cara e meu caro.

Pode ser empoderado no que desejar ser, crescer e viver. Porque te traz consciência do que deve ou não ser feito. Te potencializa no seu melhor. Te expande os direitos e deveres. E te abrilhanta o respeito consigo mesmo e com o outro. Dá uma buscadinha no Google sobre isso pra te dar um up ainda maior (mais até do que você tá acostumado a ouvir sobre o tema)!

Isso é um exercício diário, gente. De lembrar que estamos aqui para realizar ainda muita coisa. Conquistar. Expandir. Ajudar um ao outro. Transformar. E fazer um barulho danado de bom. Porque histórias tristes (e revoltantes, e injustas e tudo mais) podem acontecer, mas a reviravolta asseguramente também. Só o que não pode esquecer nessa jornada é de cuidar de você mesma (o). Ok? Que tal fazer uma lista de tudo que admira em si tipo agora? Por experiência, é possível sim. Você tem esse poder ;)

sábado, 26 de maio de 2018

Isto não é apenas mais um relato de relacionamento abusivo

Não, não é. E também não sou apenas mais uma feminista que passou por isso. Infelizmente, não sou. Mas o texto aqui é para contar um pouco sobre como consegui enxergar essa realidade; de como é possível se livrar dela sim, mesmo que muitas vezes não pareça; e, para compartilhar com quem que possa estar nesta situação, sabendo ou não.

Estive em um relacionamento abusivo psicológica e emocionalmente. Hoje, consigo escrever essa frase e também publicá-la. O que parecia segredo; o que parecia ofensivo (a quem ouvisse); o que parecia vergonha; o que parecia "não é bem assim"; é sim, uma triste verdade.
Foto - Reprodução Instagram @bloglamoonier

Sabe aqueles vídeos aos montes no YouTube sobre isso? Aqueles posts que te dão indícios para entender melhor as coisas, compreender a diferença de uma relação saudável e uma relação abusiva? Conheço muitos. Vi vários durante muito tempo. Inclusive, há mais de um ano, uma amiga me enviou um vídeo da Jout Jout e que, ontem, pela madrugada, assisti de novo. E pronto, finalmente, pude admitir para mim mesma.

Foram meses e meses vivendo uma realidade inventada, um ciclo de rompimentos e retornos, uma constância de tristezas guardadas e, um abuso. A história começa igual. Os grupos, as dezenas de postagens, os relatos, muito me ajudaram a enxergar o que havia:

1- o "melhor" relacionamento da minha vida: a lua de mel, as músicas encantadoras, o cuidado, as risadas, as coisas que eu nunca tinha vivido. Além das coincidências desde a infância, os ursinhos, o super herói que me leva para o mundo mágico...

2- a relação anterior dele era tão ruim: "ela era louca, chegou a inventar gravidez, você acredita?" ele dizia, tsc tsc tsc. Ela era pauta muitas vezes..."mas não seja assim insegura e ficar se comparando a ela", "se fosse bom, eu estaria lá". Hoje, essa pode ser eu.

3- uma sutileza de probleminhas: "pare de acreditar tanto nos livros de romance que você lê"; "não me beije com esse batom vermelho"; "não tenho culpa se minha ex vê e curte minhas coisas na internet"; "você é boba, olha as coisas que você fala"; "não sou de elogiar, não me peça isso"; "onde vc vai encontrar algum namorado que faça isso por você?"; "não gosto dos seus amigos homens"; "não vou sair para esse lugar com seus amigos".

4- o abuso emocional: "não quero mais"; "não aguento nossos problemas"; "hoje não quero te ver porque não estou bem"; "vamos dar um tempo? Preciso respirar e ficar sozinho um pouco"; "o problema sou eu e não você"...
Minha pergunta vinha para entender os reais motivos, queria conversar pessoalmente. E naquilo que parecia uma incompreensão, eu pedia desculpas: "Me desculpe por te deixar assim, por levantar esse assunto. Vamos ficar bem".
Assuntos deixados fora de questão. Ou que as vezes, não eram esclarecidos e pronto, fase cinco.

5- os términos: sim, não escrevi errado. Está no plural. Sabemos que uma relação que vai e volta constantemente é uma forma de abuso. As feridas mexidas. Mas tinham fim. Ao que parecia ser.
"De uma vez por todas, vamos acabar com esse sofrimento", isso tudo era dito por mensagem.

5 e meio: mas podemos continuar nos falando..."oi, tudo bem?"; "E sua família?". E contava lembranças do nossos momentos juntos, com fotos e imagens. Com comentários divertidos...

(Pausa para dizer que poderiam passar dias ou meses, mas a presença sempre existia).

Assim, como num conto escrito nas estrelas, a conversa triunfal, o beijo, o retorno. O passo número 1. A grande lua de mel...e uma nova cadeia de acontecimentos semelhantes.

Foram muitas vezes. Foram muitos retornos e novos ciclos. Não é a primeira vez que eu admitia que era abusivo. Mas se você ama, você acredita em novos começos. "Amigos e familiares vão entender. Mudanças podem acontecer. Afinal, temos história tão bonita. Eu choro muito, mas é uma história linda. Tantas lembranças"...

Mas o ciclo pode acabar, mesmo que demoradamente. Quando você entende consigo mesma, quando você se posiciona, quando você começa a ver coisas mais concretas (uma traição com outra ex, como foi meu caso), as verdades começam a te libertar... Literalmente!

E as coisas começam a clarear: isso não é um relacionamento, isso é prisão. Isso não é AMOR. Se você se identificou com qualquer situação, não deixe de refletir sobre o que deseja para si mesma...
Por falar nessa palavrinha mágica: o AMOR que faltava, você descobre que tem aos montes para oferecer para si mesma. Sem medidas. E se amar assim...ah...é realmente, um grande livro de romance!
(continua no próximo post)

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

13º Colóquio de Moda chama a moda brasileira sustentável pra mesa



 Compartilho com vocês esta matéria feita em Outubro de 2017 enquanto participei do meu primeiro Colóquio de Moda. Conteúdo especialmente feito para estudantes e profissionais da área de moda para temas e pautas para produzirmos, questionarmos e conversarmos durante todo este ano ;)


Aconteceu no dia 12 de outubro a 13ª edição do Colóquio de Moda, sendo também sua 10ª edição internacional, na cidade de Bauru, interior de São Paulo. Os 5 dias de evento foram de pura imersão de conhecimento e trocas com gente do Brasil inteiro (estamos falando de mais de 900 inscritos), incluindo pesquisadores, professores, estudantes de graduação e pós-graduação, e profissionais de estudos e pesquisas relacionadas. Com o tema de “O florescer da moda no cerrado”, a proposta era estimular a diversidade cultural brasileira e sustentável na moda, com palestrantes de diversos locais do país.
Entrada convidativa do Colóquio na UNESP de Bauru
A Universidade do Estado de São Paulo(UNESP) de Bauru foi a sede desta edição do Colóquio e abraçou os estudantes (com todo aquele jeito interiorano mesmo!) para se engajarem em diversos temas e pautas que são objetos de pesquisas e dissertações do pessoal de moda. “O objetivo é possibilitar a troca de conhecimentos entre pesquisadores, educadores, estudante e profissionais a respeito do estado da arte, da ciência e da tecnologia, desenvolvidas por meio da produção científica nacional e internacional no campo da Moda e em suas conexões”, aborda a programação bem instigadora do evento, organizado pela Abepem (Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Moda).
Anfiteatro principal ‘Guilhermão” da UNESP Bauru, durante o 13º Colóquio de Moda

Intervenções artísticas nos arredores da UNESP Bauru



Se fosse só pra ser ouvinte, você já sairia de lá com uma bagagem e tanto (mesmo para os iniciantes na área) depois de assistir várias palestras e mesas temáticas provocadoras e com debates pensantes com assuntos diversos. Mas, além disso, o evento também compunha de uma programação como minicursos, reuniões de trabalho (onde era possível acompanhar dissertações e teses em temas específicos), atividades acadêmicas e também culturais (alô, oficinas!), apresentações de trabalhos e artigos científicos e, claro, a universidade inteira estava cheia de exposições e mostras de produtos locais (brechós e feirinhas <3), promovendo a cultura de moda regional. E mais: tiveram lançamentos de livros, três premiações anuais de concursos no evento e um desfile do estilista João Pimenta na estação ferroviária da cidade! Pra andar lá, só com a programação debaixo do braço e conseguir acompanhar tudo que rolava nestes dias de Colóquio...

Pra não deixar de anotar:

Agora, se você está com esses temas fervilhando pra engatar em novas pautas, artigos, pesquisas, dissertações e tudo mais (acredite, a gente te entende muito!), se liga em alguns assuntos de palestras e pessoas que estiveram por lá durante esses dias (já aproveita pra seguir essa galera no Instagram) e anota tudo:

  • Sobre educação e ética contemporâneas: o primeiro dia foi recheado de palestras acerca das práticas pedagógicas atuais e suas metodologias voltadas para os cursos de Moda e Design de Moda. As professoras doutoras Maria de Fátima Mattos (também organizadora do evento) e Mara Rúbia Sant’Anna coordenaram as mediações.
  • Estilistas que a gente amou: dentre eles, João Pimenta (@joao_pimenta) e sua moda masculina com peças feitas de pet e algodão orgânico e moda que ele denomina como “liberdade criativa experimental” e também a designer Flávia Aranha (@flaviaranhaloja), que trouxe sua visão holística e integrada da moda com os tingimentos naturais (e artesanal) feitos em seu ateliê e em colaborações com comunidades de diversos lugares do Brasil (de pessoas que ela conhece pelo nome <3).
  • Palestras internacionais: o evento contou com duas palestras internacionais, sendo eles, da canadense Dra. Alison Matthews David, que trouxe à tona a história e atualidade com o tema “Vítimas da Moda: os perigos do vestir no passado e presente” e também o estilista japonês Kisaburo (@kisaburo_x) que contou suas tradições em quimonos e ainda trouxe um modelo de quimono feito de chita nordestina brasileira pro palco do anfiteatro principal da UNESP no Colóquio.
  • Falar de sustentabilidade está mais do que aberto pra moda: com o tema “Open Moda, Open Design, Open Comunidade”, a mesa temática com mediação da Profª Dra.Kathia Castilho (ela também é presidente da Abepem, organizadora do evento e autora de muitos livros da área de moda), os palestrantes Fernanda Simon Camilo (do movimento Fashion Revolution @fash_rev_brasil), Fabio Malheiros @atelievivo e a Michelle Svicero do brechó @vintageshopoficial, localizado em Bauru, falaram de seus trabalhos e, mesmo jovens, de como fazem acontecer no que se refere à sustentabilidade e upcycling da moda no Brasil.
  • Tecnologia: pra contar de usos da tecnologia nos figurinos, a Profª Dra. Ana Maria Rebello mediou às palestras de Beth Filipecki (figurinista da Rede Globo) e Dr. Hélder da Rocha (estilista) e artifícios modernos nas vestimentas. Pra completar, no dia seguinte, Flavio da Silveira Bruno apresentou o tema de “Quarta Revolução Industrial do setor têxtil e de confecção”, assunto também do seu livro disponível no Colóquio.
  • Jornalismo de Moda: o último dia contou com uma mesa composta pelos jornalistas Pedro Diniz (com seu projeto no jornal Folha de S. Paulo chamado “Tramas Brasileiras”), Silvana Holzmeister (editora da revista Harper’s Bazaar) e Roberto Ethel (assessor de imprensa da Mkt Mix) que ressaltaram suas atuações jornalísticas atuais e trouxeram questões sobre a notícia de moda e seus impactos, além de produções autorais e independentes ressaltando a moda nacional.

Tem mais: pra buscar todos os artigos e dissertações completos, acesse o link dos Anais publicados no Colóquio, busque pelo tema ou trabalho que tem tudo a ver com sua linha de pesquisa e aprofunde ainda mais nestas bibliografias e produções já feitas por quem também está na área.

Ficou afim? A gente também quer mais e te adianta: está confirmada para o dia 01 a 06 de setembro de 2018, na cidade de Curitiba (PR), a próxima edição do Colóquio de Moda. Acompanhe pelo site ou Facebook do Colóquio os detalhes da programação. Se quiser publicar seus trabalhos e artigos científicos, veja as datas de próximas publicações e faça sua inscrição. Quem sabe a gente não se encontra no ano que vem por lá?