A primeira delas: que morar por quase 1 mês na capital inglesa seria, definitivamente, uma das melhores experiências da minha vida. Óbvio que isso não quer dizer que foi tudo tipo "viver no castelo da Disney", mas, com certeza, de um grande salto de aprendizado real/oficial. Tal como diz o título, quero compartilhar aqui algumas coisas que aprendi (e vivenciei na prática) durante minha viagem de intercâmbio para Londres (galera que ficou muito mais tempo, super aceito sugestões para acrescentar aqui, ok?).
Pra situar todo mundo: isso aconteceu em junho/julho de 2016. Eu tinha 24 anos e não me lembro de ter viajado sozinha alguma vez; sequer para a praia. Imagina para outro continente?! E começou meio assim, tomando 'dramin' no avião e sendo acordada algumas vezes pela aeromoça para comer as refeições (chicken or pasta?) e agradecendo-a toda vez por isso. Bom, tirando essa parte (que já adianto que sobrevivi numa boa - porque a Air Europa é legalzinha rs), foram quase 30 dias em que aconteceram muitas coisas. O tempo pode ter sido pouco, contudo, talvez com muito mais histórias (inesperadas) do que tinha vivido até ali.
Além disso, a ideia do post surgiu porque, coincidentemente, nos últimos dias, duas amigas me perguntaram sobre isso. E foi muito bom lembrar ao contar para elas - motivo pelo qual decidi publicar logo aqui. E, também, pra simplificar esse montão de falácias, resolvi escrever o texto em formato de listinha. Eu sei que você também ama uma lista, vai. Então, vem junto ;)
1- Os londrinos recebem a gente bem sim: nada de serem super rígidos e secos. Conheci vários desde o primeiro momento em Londres (os funcionários do London Tube - metrô londrino evoluidíssimo) e também aquele monte de gente estrangeira que mora lá (tipo a mistura que temos em São Paulo) e não tive problemas com ninguém. Pelo contrário, fiz algumas amizades (from all over the world) e recebi muita ajuda pra indicações de caminhos dos londoners.
2- O metrô e o trem londrinos são evoluidíssimos: estou repetindo porque sim, é uma evolução que precisamos aprender. O mapa gigantesco pode assustar um pouco e os diferentes destinos do trem passarem no mesmo lado do trilho (atenção com isso) também podem espantar também, mas tudo isso se resolve em alguns dias de vivência por lá. E pedindo informação também. Você pode ter a sorte (como eu) de, inclusive, encontrar cachorrinhos circulando dentro do vagão. (Saudades, estação Seven Sisters!)
3- Morar em república (para quem tem síndrome de limpeza) é uma loucura: pessoas, me desculpem a sinceridade, mas limpeza é fundamental. E vou ser mais sincerona aqui: fiz uma mega higienização em tudo que estariam minhas coisas. A galera que morou na casa comigo vinha de vários lugares do mundo (Portugal, Bulgária, Inglaterra mesmo...) e, digamos, que cada um cuida de suas próprias coisas. Simples assim. Então, meu toque falou mais alto e foi álcool e pano pra tudo quanto é lado mesmo. Risos.
4- Londres tem mercadinhos próximos com centenas de coisas por menos de 1 libra: essa foi uma das surpresas boas de gastar minha grana por lá. Tudo bem que 1 libra custava quase 5 reais (esqueça essa conta enquanto estiver por lá!), mas, convenhamos que comprar um engradado de água ou vários salgadinhos ou 1 frasco delicioso de desinfetante, por menos de 1 libra cada, é sensacional! Foi assim meus passeios felizes ao mercado. E, os acasos de falar em inglês e a pessoa (brasileira) descobrir claramente minhas origens...
5- Passeio de ônibus com dois andares é muito legal, desde que você saiba para onde está indo: a verdade é que fiquei fascinada com os áudios gravados dizendo o nome de cada uma das paradas do ônibus (isso existe lá), além da vista incrível, mas, particularmente, prefiro ajuda do cobrador pra me indicar o local de parada. Opinião pessoal, eu preferi andar de metrô muitas vezes. Porém, nos ônibus encontrava alguns londrinos que me davam uma noção de melhor local de descida. E deu tudo certo.
6- Talvez você não seja um fissurado por história da arte, mas você irá se tornar um ao viver alguns dias em Londres: aceite esta verdade, cara. A possibilidade de visitar galerias, museus e bibliotecas incríveis é tanta que isso te encanta de um jeito. Eu assumo que sou essa pessoa louca por história da arte e tinha uma listinha de locais prévios para visitar, mas enlouqueci quando descobri que são todos de graça e próximos de estações de metrô. Não tem desculpa. Visite todas. E se deslumbre :)
7- Novamente, visite o maior número possível de galerias, museus e bibliotecas de lá porque são imperdíveis. Obrigada. De nada.
8- O Big Ben é lindo, mas admirá-lo da London Eye (roda gigante - cartão postal) é melhor ainda: tenha paciência para a fila porque esse local é o grande tour de Londres. O tempo de espera pode ser bem considerável, mas a compensação vem. E, se for para indicar o melhor horário, assista ao pôr do Sol. Tive a oportunidade de subir exatamente nessa hora por coincidência (após um longo dia de passeio em Wimbledon) e foi o melhor presente que recebi!
9- Tenha em mente que visitar Wimbledon é espetacular, mas considere uma fila de horas. O ingresso para apenas caminhar por lá não é caro, mas a espera foi longa. Porém, tive tempo de sobra para deitar, sentar, conversar com os britânicos e com os visitantes sobre tanta coisa, inclusive a grande oportunidade de estar ali. Esse foi o dia mais quente que estive lá, como máxima de 25º (mesmo em pleno verão - época do torneio) e os entornos de gramados em toda parte são bem relaxantes. Além disso, após um tempinho na fila, dá pra assistir os jogos pelos telões que eles disponibilizam por lá. Então fica até ok.
10- Viajar sozinha me fez conhecer tantas pessoas como nunca antes em alguma viagem (e a partir dali, essa seria uma das opções que eu amaria tanto). Tópico auto explicativo porque acho que ficaria um bom tempo dizendo os motivos aqui. Mas acho que traz o verdadeiro significado de amor próprio (na prática!). E agora entendo as mochileiras e corajosas que tanto lia nos grupos do Facebook. Vocês têm toda razão!
11- Estudar inglês em uma escola britânica por algumas semanas não é pouco: mesmo que não tenha nenhum brasileiro pra te dar uma mão, a sobrevivência é tranquilíssima por lá e eu aprendi muito, pode apostar. Inclusive, o aprendizado é tão envolvente em todo o tempo que estive lá que a escola é só mais um adendo. E sim, o sotaque deles e pronúncia são os melhores :D
12- Notting Hill e Portobelo Market são os melhores lugares de Londres (opinião pessoal, de novo), mas você pode ser surpreendido com Candem Town (local onde morou Amy Winehouse) e o passeio de barco no Rio Tâmisa. E mais: as melhores lembrancinhas de Londres são as plaquinhas. Tenho várias até hoje (além de presentear umas pessoas também com elas) e todas tem um espacinho especial de decoração, para mim.
13- O passeio até o marco zero de Greenwich é bom, mas cansa: vamos ser sinceros, né. Por ser um local mais afastado, precisei andar de metrô e depois um ônibus até lá. O parque é imenso e a subidinha para encontrar a vista linda é cansativa, mas viagem é assim mesmo, né. Tênis e roupa confortável, só para não esquecer. E uma dose de paciência para esperar sua hora para a foto. Assim, fica tudo bem ;)
14- Eu nunca gostei tanto de uma fila e de andar na multidão como gostei de esperar e admirar a troca da guarda britânica: amantes de The Crown (que nem existia na época que fui) vão me entender. Já falei de filas algumas vezes só neste post (porque assim como a maioria das cidades metropolitanas, Londres é bem isso), só que essa você talvez não reclame. Sincronia, perfeição, organização, respeito e tradição são algumas das palavras que explicam ao assistir este espetáculo que acontece todos os dias, ao vivo e a cores. Tem que ir pelo menos uma vez na vida!
15- O melhor de Londres são os parques e a possibilidade de se desconectar de muita coisa! Deixei por último, para falar dos meus melhores encontros comigo mesma nesta viagem. Sério, se você tiver a oportunidade de estar em Londres, pare um pouquinho sua correria em um parque de lá. Pode ser o Green Park (foto) ou o Hide Park ou qualquer outro. Mas que seja para refletir, para observar, para desacelerar e, principalmente, para agradecer. Mesmo que sozinha(o). Mesmo que distante de tanta coisa.
Talvez essa tenha sido a grande magia da cidade britânica: a oportunidade de aproveitar (e amar!) minha própria companhia em um dos maiores cartões postais do mundo.
So, I really apreciated that in my trip in London <3
Thank you so much! See you soon!
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| Eu no Green Park (foto tirada pela minha amiga brasileira que conheci lá): me disseram que essa poderia ser a foto de capa do meu livro e eu nunca mais esqueci disso <3 |









