Eu sinto que deveria escrever algo como uma espécie de carta publicamente. Talvez alguém que deva ler, leia de fato e entenda a mensagem (não como indireta, diga-se de passagem). Talvez alguém que precise escrever, se inspire também. Ou, talvez, alguém que tenha que colocar pra fora (como eu) tome coragem pra o fazer. Bem na simplicidade e humildade assim.
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| Hippie Artesanatos - Foto Divulgação |
De dois anos pra cá, eu voltei a estudar. Com aquela paixão novamente. Assim, numa difícil decisão, mudei de carreira e, após mais tempo ainda, consegui um novo emprego - depois de anos vivendo em outra área e alguns bons meses na procura.
Quase que no mesmo período de transição da vida, eu saí de um relacionamento doentio e passei a amar loucamente (no melhor sentido da palavra) a minha própria companhia.
Ainda nestes dias, eu fiquei sozinha muito mais tempo (com exceção da companhia angelical do meu doguinho!) e nunca me senti tão bem acompanhada. Nunca mesmo. E, além de tudo isso, eu fui embora de pessoas.
Sim, gente. Eu fui e estou indo embora. De muitos lugares (físicos e abstratos). E de pessoas. E isso foi uma das coisas mais incríveis que aconteceram na minha vida. Por mais paradoxal que pareça. O que não significa que foram as situações mais fáceis, com toda certeza. Mas, hoje, vejo que foram umas daquelas que mais digeridas foram. E que trouxeram à tona o que tinham aqui dentro, profundamente.
Acho que a gente mora em lugares, mas muitas vezes, moramos em pessoas. Em corações. Em sentimentos, mas também em convenções das coisas. Ou melhor, das pessoas. Porque me convém estar com fulano. Porque convém vivermos juntos. Porque convém. Mas e se não? Será que não existe uma segunda opção?
Como já refleti na terapia tempos atrás, acho que ainda não me tornei a pessoa que escancara pro mundo o motivo das minhas partidas. Mas acho que desenvolvi muito mais o sentido de tomar decisões deste tipo. Tudo porquê a gente passa por um processo de desconstrução para construir. De repartir para colar de volta.
A gente muda. A gente amadurece. A gente se reconstrói. A gente toma novos caminhos. A gente pensa diferente do que antes (ainda bem!). A gente se transforma. A gente se liberta. Mas a gente mantém a nossa essência. Ai vida, você é incrível mesmo!
Toxidades não fazem mais sentido. Incômodos já não ganham mais espaços. Desconfortos perdem a voz. Transparências e princípios tomam o destaque que precisam. A leveza começa a se tornar mais evidente e a certeza da não obrigatoriedade das coisas muito mais ainda.
Então, eu preciso agradecer demasiadamente todas as passagens e as permanências. Elas me tornaram mulher. Elas me tornam humana. Elas me fazem sentir como gente e me lembrar disso o tempo todo. E me ensinaram a como amar e como não amar. Me ensinaram o valor de contar sempre minha verdade. E não esconder, jamais, o que realmente sou.
Para todos que passaram: meu sincero muito obrigada! Com licença, mas já estou de saída.
Para os que ficaram e vão chegar: as belezas das novas chegadas me encantam! Sintam-se em casa, mas, com todo respeito, lembrem-se que não estão. Obrigada. De nada. ❤️

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